Vamos
acrescentar algum conhecimento sobre o uso das Runas e seu Deus Odim.
Segundo a
mitologia, as Runas foram idealizadas pelo Deus nórdico Odim, identificado pelo
historiador romano Tácito como sendo Mercúrio, divindade a quem se atribui a invenção
da escrita. Além disso, Odim tinha múltiplas faculdades: ressuscitava os
mortos, adivinhava o futuro, voava pelos céus em seu cavalo de oito patas e mudava
de aparência à vontade. Ele era também conhecido pelo nome de Grim, que
significa Encoberto ou Mascarado.
Contam as lendas
que Odim só conseguiu os conhecimentos mágicos relacionados às Runas após ser
empalado pela sua própria lança e permanecer suspenso na Árvore do Mundo
durante nove dias e nove noites. É interessante comparar esta lenda com as
práticas dos xamãs das tribos americanas, que encaram a dor como um instrumento
que abre os centros psíquicos do corpo, conhecidos pelos orientais como chacras.
Existem
detalhes interessantes encontrados nas histórias sobre os mistérios odínicos.
Eles eram celebrados em nove cavernas equivalentes aos nove planos que o
espírito precisa trilhar na sua ascensão espiritual. O candidato à iniciação
percorria essas cavernas, surgindo por fim na última, cujo teto era revestido
de escudos de batalha. Ali ele fazia um juramento de sigilo e um voto de
fidelidade a Odim. Em seguida beijava a lâmina de uma espada e tomava uma
bebida, preparada com ervas aromáticas, colocadas num crânio humano e seco. Por
fim, o iniciado recebia um anel de prata gravado com caracteres rúnicos.
Terminado o ritual, dizia-se que ele passara pela porta da morte e havia
renascido como um ser perfeito.
Durante os
rituais de iniciação, algumas seitas ocultistas usavam um labirinto que era
percorrido pelo neófito. Quando ele conseguia encontrar o centro, ficava ante
um espelho de bronze polido que refletia sua própria imagem. Essa era a forma
de ensinar que a verdade não é encontrada no exterior, mas no interior do
próprio ser. Enfim, uma maneira prática de ensinar a grande verdade da frase
gravada nos templos délficos: “Conheça-te a ti mesmo.”
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