segunda-feira, 10 de março de 2014

“Conheça-te a ti mesmo”

Vamos acrescentar algum conhecimento sobre o uso das Runas e seu Deus Odim.
Segundo a mitologia, as Runas foram idealizadas pelo Deus nórdico Odim, identificado pelo historiador romano Tácito como sendo Mercúrio, divindade a quem se atribui a invenção da escrita. Além disso, Odim tinha múltiplas faculdades: ressuscitava os mortos, adivinhava o futuro, voava pelos céus em seu cavalo de oito patas e mudava de aparência à vontade. Ele era também conhecido pelo nome de Grim, que significa Encoberto ou Mascarado.
Contam as lendas que Odim só conseguiu os conhecimentos mágicos relacionados às Runas após ser empalado pela sua própria lança e permanecer suspenso na Árvore do Mundo durante nove dias e nove noites. É interessante comparar esta lenda com as práticas dos xamãs das tribos americanas, que encaram a dor como um instrumento que abre os centros psíquicos do corpo, conhecidos pelos orientais como chacras.
Existem detalhes interessantes encontrados nas histórias sobre os mistérios odínicos. Eles eram celebrados em nove cavernas equivalentes aos nove planos que o espírito precisa trilhar na sua ascensão espiritual. O candidato à iniciação percorria essas cavernas, surgindo por fim na última, cujo teto era revestido de escudos de batalha. Ali ele fazia um juramento de sigilo e um voto de fidelidade a Odim. Em seguida beijava a lâmina de uma espada e tomava uma bebida, preparada com ervas aromáticas, colocadas num crânio humano e seco. Por fim, o iniciado recebia um anel de prata gravado com caracteres rúnicos. Terminado o ritual, dizia-se que ele passara pela porta da morte e havia renascido como um ser perfeito.

Durante os rituais de iniciação, algumas seitas ocultistas usavam um labirinto que era percorrido pelo neófito. Quando ele conseguia encontrar o centro, ficava ante um espelho de bronze polido que refletia sua própria imagem. Essa era a forma de ensinar que a verdade não é encontrada no exterior, mas no interior do próprio ser. Enfim, uma maneira prática de ensinar a grande verdade da frase gravada nos templos délficos: “Conheça-te a ti mesmo.”

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